Nos dois post anteriores, falei sobre
A Gênese Celta e Os Druidas. Vamos aprofundar o tema com o post das CELEBRAÇÕES
CELTAS.
Os celtas eram profundos conhecedores
das forças do Universo, por meio das energias telúricas e entendiam como
ninguém, a natureza com seus ciclos transformadores. E é com base na observação
das estações e no estudo dos astros que as celebrações surgiram.
Eles viam o tempo de forma circular —
um ciclo e não linear como ocorre atualmente com o uso calendário gregoriano.
Utilizavam como base, a lua. Pois,
todos os dias celebravam o anoitecer como o início de um novo dia. À noite, lembra-se a Deusa com seus mistérios que reina por meio da lua ao espreitar os
mortais através das emoções e intuições. É a noite que se descansa, para mais um
dia de trabalho. A partir do amanhecer, o sol ilumina os campos com suas
majestosas plantações.
Para eles, o ano possui quatro momentos
essenciais. Ocorre a divisão exata em quatro partes iguais, simbolizando os
quatro elementos, o misticismo sempre presente na vida dos celtas. Eram nessas datas
que eles se reuniam em clareiras, nas florestas de carvalho, para festejarem as
celebrações com seus rituais dirigidos à Deusa.
Definidas no hemisfério norte, temos:
— Início do ano celta com Samhain —
1º novembro;
— Imbolc — 1º de fevereiro;
— Beltane — 1º de maio;
— Lughnasadh — 1º de agosto.
Surge aqui uma confusão para os
adeptos do hemisfério sul. Essas tradições druídicas buscavam a conexão com o
divino e os ciclos da natureza com seus processos transformadores.
A dúvida está em: se houver uma
inversão de datas, como por exemplo, festejar beltane no sul, em pleno inverno enquanto no norte é associado ao verão. Perde-se o contato com a tradição milenar
dos celtas?
Segundo Claudio Quitino Crow, não há
regra, vale a escolha individual de cada um. Pautada numa compreensão profunda
sobre esses festivais e como estão ligados às estações do ano.
Assim temos:
Samhain
As celebrações iniciam-se em 1º de
novembro anunciando a chegada do inverno, da escuridão e de certa forma a
suspensão de vida. No hemisfério norte, o inverno é um recolhimento, a
hibernação ou migração dos animais, o ressecamento/congelamento da vegetação
anunciando que a estação chegou.
Abrigamo-nos do frio para refletirmos
e para nos comunicarmos com os nossos ancestrais já que o véu entre as dimensões —
moradas dos deuses — está mais fino e o entendimento com o mundo material mais
facilitado.
Portanto, Samhain, um dos festivais
mais importantes dentro do círculo é o festival dos mortos, pode nos soar
estranho, apenas porque não sabemos lidar com a morte. Os celtas possuíam uma
visão diferenciada, aonde o fim seria o começo. Um processo natural da vida,
pois acreditavam na imortalidade da alma.
É este o momento de reavaliarmos
conceitos e planos, desfazendo-nos daquilo que não nos é mais útil para
abrirmos as portas para o novo. É o processo de renascimento. É, neste período,
que as mulheres estão mais suscetíveis a gravidez.
Samhain é conhecido entre nós como a
festa do halloween. Apenas para constar, não é por acaso que o cristianismo
católico adotou as datas celtas para honrar os santos (1º de nov — Dia de Todos
os Santos) e honrar seus mortos ou ancestrais (2 de nov — Finados).
Imbolc
A palavra Imbolc vem de “oimelc” que
significa “leite de ovelha”. Depois de um rigoroso inverno, comemora-se a vida,
o sol. O despertar das sementes sob o solo simbolizando os primeiros sinais de
vida. É o momento de comemorar a fertilidade dos campos e espiritualmente, a
renovação da esperança. É o retorno da primavera.
Celebrado em 1º de fevereiro é ligado
à deusa Brighid ou Candelária, como é conhecida na Irlanda e também sua
padroeira. Cristianizada sob o nome de Santa Brígida.
É a deusa que aquece os lares e os
corações celtas. Deusa da cura e da chama. É um festival marcado pela
transformação, ideal para fazer planos e iniciar projetos.
Beltane
É um festival alegre e colorido aonde
se celebra a vitalidade e a fertilidade. Festejado em 1º de maio, Beltane
significa fogos de Bel ou fogo brilhante.
Podemos dizer que Beltane é o oposto
de Samhain representa o início do verão. Fogueiras eram acesas para que as
pessoas passassem por entre elas. Acreditava-se que as energias negativas eram
queimadas e as curas aconteciam pelo poder da Deusa, a grande Mãe. As fogueiras
simbolizam proteção e a boa sorte.
Representa a união sagrada entre o
Céu e a Terra, onde mais uma vez, os dois mundos se encontram, pois o véu entre
as dimensões está tênue.
Comemorado com muita música e dança. O
fogo também representava o calor da paixão, o amor e a crescente fecundidade da
Terra. Havia o costume de se pendurar
guirlanda de flores nas portas, uma forma de dar boas-vindas a beltane.
No cristianismo católico temos o
costume de pular as fogueiras de São João.
Lughnasadh
É uma festa agrícola que marca o fim
do verão e o início das colheitas. Comemorado em 1º de agosto. É um festival de fartura. Daí vem o costume de se fazer bonecos de milho, penso que já viram isso em filmes.
É, neste festival, que os sacerdotes
druidas realizavam os rituais de proteção dos grãos e sua multiplicação para a
próxima colheita com a confecção de alimentos, tais como os pães caseiros.
Vale lembrar que os celtas não
comemoravam solstícios e equinócios, isso é explicado porque usavam o calendário
lunar e não solar com é o gregoriano.
Ao fim de mais um período, volta-se
em samhain para recomeçar as comemorações. Assim, podemos notar o quanto os celtas
eram cíclicos.
É isso, espero que tenham gostado. Se gostou comenta e diga sua opinião!
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