domingo, 18 de janeiro de 2015

Da Série: Lendas e Histórias Celtas - Celebrações

 Nos dois post anteriores, falei sobre A Gênese Celta e Os Druidas. Vamos aprofundar o tema com o post das CELEBRAÇÕES CELTAS.


Os celtas eram profundos conhecedores das forças do Universo, por meio das energias telúricas e entendiam como ninguém, a natureza com seus ciclos transformadores. E é com base na observação das estações e no estudo dos astros que as celebrações surgiram.

Eles viam o tempo de forma circular — um ciclo e não linear como ocorre atualmente com o uso calendário gregoriano.

Utilizavam como base, a lua. Pois, todos os dias celebravam o anoitecer como o início de um novo dia. À noite, lembra-se a Deusa com seus mistérios que reina por meio da lua ao espreitar os mortais através das emoções e intuições. É a noite que se descansa, para mais um dia de trabalho. A partir do amanhecer, o sol ilumina os campos com suas majestosas plantações.

Para eles, o ano possui quatro momentos essenciais. Ocorre a divisão exata em quatro partes iguais, simbolizando os quatro elementos, o misticismo sempre presente na vida dos celtas. Eram nessas datas que eles se reuniam em clareiras, nas florestas de carvalho, para festejarem as celebrações com seus rituais dirigidos à Deusa.



Definidas no hemisfério norte, temos:
— Início do ano celta com Samhain — 1º novembro;
— Imbolc — 1º de fevereiro;
— Beltane — 1º de maio;
— Lughnasadh — 1º de agosto.

Surge aqui uma confusão para os adeptos do hemisfério sul. Essas tradições druídicas buscavam a conexão com o divino e os ciclos da natureza com seus processos transformadores.

A dúvida está em: se houver uma inversão de datas, como por exemplo, festejar beltane no sul, em pleno inverno enquanto no norte é associado ao verão. Perde-se o contato com a tradição milenar dos celtas?

Segundo Claudio Quitino Crow, não há regra, vale a escolha individual de cada um. Pautada numa compreensão profunda sobre esses festivais e como estão ligados às estações do ano.

Assim temos:

Samhain
As celebrações iniciam-se em 1º de novembro anunciando a chegada do inverno, da escuridão e de certa forma a suspensão de vida. No hemisfério norte, o inverno é um recolhimento, a hibernação ou migração dos animais, o ressecamento/congelamento da vegetação anunciando que a estação chegou.

Abrigamo-nos do frio para refletirmos e para nos comunicarmos com os nossos ancestrais já que o véu entre as dimensões — moradas dos deuses — está mais fino e o entendimento com o mundo material mais facilitado.

Portanto, Samhain, um dos festivais mais importantes dentro do círculo é o festival dos mortos, pode nos soar estranho, apenas porque não sabemos lidar com a morte. Os celtas possuíam uma visão diferenciada, aonde o fim seria o começo. Um processo natural da vida, pois acreditavam na imortalidade da alma.

É este o momento de reavaliarmos conceitos e planos, desfazendo-nos daquilo que não nos é mais útil para abrirmos as portas para o novo. É o processo de renascimento. É, neste período, que as mulheres estão mais suscetíveis a gravidez.

Samhain é conhecido entre nós como a festa do halloween. Apenas para constar, não é por acaso que o cristianismo católico adotou as datas celtas para honrar os santos (1º de nov — Dia de Todos os Santos) e honrar seus mortos ou ancestrais (2 de nov — Finados).


Imbolc

A palavra Imbolc vem de “oimelc” que significa “leite de ovelha”. Depois de um rigoroso inverno, comemora-se a vida, o sol. O despertar das sementes sob o solo simbolizando os primeiros sinais de vida. É o momento de comemorar a fertilidade dos campos e espiritualmente, a renovação da esperança. É o retorno da primavera.

Celebrado em 1º de fevereiro é ligado à deusa Brighid ou Candelária, como é conhecida na Irlanda e também sua padroeira. Cristianizada sob o nome de Santa Brígida.

É a deusa que aquece os lares e os corações celtas. Deusa da cura e da chama. É um festival marcado pela transformação, ideal para fazer planos e iniciar projetos.


Beltane

É um festival alegre e colorido aonde se celebra a vitalidade e a fertilidade. Festejado em 1º de maio, Beltane significa fogos de Bel ou fogo brilhante.

Podemos dizer que Beltane é o oposto de Samhain representa o início do verão. Fogueiras eram acesas para que as pessoas passassem por entre elas. Acreditava-se que as energias negativas eram queimadas e as curas aconteciam pelo poder da Deusa, a grande Mãe. As fogueiras simbolizam proteção e a boa sorte.

Representa a união sagrada entre o Céu e a Terra, onde mais uma vez, os dois mundos se encontram, pois o véu entre as dimensões está tênue.

Comemorado com muita música e dança. O fogo também representava o calor da paixão, o amor e a crescente fecundidade da Terra. Havia o costume de se pendurar guirlanda de flores nas portas, uma forma de dar boas-vindas a beltane.

No cristianismo católico temos o costume de pular as fogueiras de São João.


Lughnasadh

É uma festa agrícola que marca o fim do verão e o início das colheitas. Comemorado em 1º de agosto. É um festival de fartura. Daí vem o costume de se fazer bonecos de milho, penso que já viram isso em filmes.

É, neste festival, que os sacerdotes druidas realizavam os rituais de proteção dos grãos e sua multiplicação para a próxima colheita com a confecção de alimentos, tais como os pães caseiros.

Vale lembrar que os celtas não comemoravam solstícios e equinócios, isso é explicado porque usavam o calendário lunar e não solar com é o gregoriano.

Ao fim de mais um período, volta-se em samhain para recomeçar as comemorações. Assim, podemos notar o quanto os celtas eram cíclicos.






É isso, espero que tenham gostado. Se gostou comenta e diga sua opinião!















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